Já estabelecemos que a difusão de aplicativos de compras on-line está matando o shopping. Mas e a realidade aumentada? Isso poderia mudar a maneira como compramos coisas no futuro?
Passei uma hora esta semana em uma vitrine pop-up do ASUS ZenFone AR. Já se passaram quase oito meses desde que o smartphone foi anunciado e, embora ainda não tenhamos uma data de lançamento, ele estará à venda em breve para qualquer pessoa interessada em um dispositivo que possa executar tarefas duplas. O smartphone de 5, 7 polegadas é compatível com o Tango e o Daydream View.
A mostra em si mostrava demonstrações variadas das habilidades nativas de realidade aumentada do dispositivo, incluindo aplicativos como o Expeditions do Google para a sala de aula e a Ilha Slingshot. O que mais se destacou, no entanto, foram as duas estações no início dedicadas a ajudá-lo a comprar coisas.
A primeira foi a Wayfair, um mercado on-line de móveis e utensílios domésticos. Ele já oferece um elemento de realidade falso na sua implementação atual da Play Store, mas qualquer pessoa com um dispositivo habilitado para Tango terá acesso a seus recursos de realidade aumentada. O aplicativo permite visualizar uma amostra de móveis totalmente quadridimensional dimensionada em relação ao seu ambiente. Você até verá o tamanho da caixa em que chegará, para saber quanto caos de papelão poderá esperar em seu minúsculo apartamento.
O segundo aplicativo no curral de demonstração foi o da BMW. Ajuda potenciais adotantes a visualizar principalmente sua realidade com os carros BMW i3 ou i5. O aplicativo ainda permite que você interaja com os mostradores no painel virtual, e você pode alterar as cores do exterior e interior à vontade.
Esses aplicativos em particular não são inovadores de maneira alguma - não se você comparar a maneira como o AR é usado nas salas de aula, por exemplo -, mas são um lembrete amplo de quão fundamental será a realidade aumentada para o comércio on-line. Essa tecnologia permitirá que os consumidores experimentem um produto antes de comprá-lo - e eles nem precisam sair de casa! Os varejistas certamente veem um futuro também, já que Wayfair e BMW não são as únicas empresas que investem nesse tipo de coisa. Amazon e The Gap permitem que você visualize as roupas em tempo real, enquanto a Lowe's mostra como é a sua cozinha com uma nova camada de tinta.
"Vemos muito uso dessa tecnologia no varejo, para medir sua garagem ou comprar itens caros como cozinhas, por exemplo", disse Eric Johnsen, do Google, sobre realidade aumentada, em entrevista à Bloomberg no início deste ano.
Obviamente, nenhum dos aplicativos mencionados é perfeito em sua implementação atual. A Wayfair não possui um catálogo completo de inventário para o recurso de realidade aumentada, e o aplicativo de camarim virtual do The Gap nem permite que você visualize os khakis em seu próprio corpo. De qualquer forma, poucas pessoas têm acesso a dispositivos habilitados para AR. Também não há como dizer se o ZenFone AR venderá, considerando que o tempo de lançamento provavelmente se unirá ao Galaxy Note 8.
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- Made With ARKit (@madewithARKit) 26 de julho de 2017
No entanto, existe a possibilidade de o novo ARKit no iOS ajudar a levar esse futuro adiante, pois facilita o desenvolvimento dos desenvolvedores. A IKEA já está pronta para criar um aplicativo e, considerando o status da Apple no Vale do Silício, outros varejistas de alto nível deverão ser anunciados à medida que a tecnologia ganhar mais força.
Isso não quer dizer que todo o futuro do AR se baseia no desempenho do iPhone. Porém, com mais pessoas aceitando a ideia de que uma visualização 4D é exatamente como você visualiza as coisas hoje em dia, mais ela se tornará uma prática padrão ao longo do tempo.